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Professor Jirafales ou Girafales? |
Pollyanna me sugeriu escrever sobre professores. Nada mais justo homenageá-los em seu dia (ah, as efemérides!), ela argumentou. Afinal, além de eu ter sido um, estou cercado deles – mãe, irmão, tias, primas, namorado e 95% dos amigos e amigas ensinam ou ensinaram em algum momento de suas vidas. Empolgada previamente com o sucesso do post, Pollyanna me ajudou a resgatar lembranças: daquelas que, além de dar aula, desempenhavam o papel de segundas mães na infância: D. Edmar, morena, batom e flor vermelha nos cabelos muito pretos; D. Maria dos Reis, tão boazinha, irmã do Zé Barbeiro. D. Zélia, da oitava série, que não conseguiu enfiar conjugação de verbos na minha desvairada cabecinha adolescente; Joana, que me fez ter pavor respeitoso por química; Guadalupe e Cristina, que me ensinaram a ordenar as ideias no texto; Helena, das oficinas de teatro na universidade; o quarteto Kathleen, Stella, Lígia e Grace das artes plásticas. Por fim eles, uns mais paternais, outros objetos de desejo: Flávio, tão gato que meu coração batia descontrolado enquanto aprendia, num passe de mágica, equação de segundo e terceiro graus, matriz, exponencial, até rudimentos de geometria; Daldegan, que obrigava a gente a escrever uma redação por dia; Milton, saudoso, que apresentou Barthes; Douglas a pintar aquarelas, etc. Por mais que Pollyanna se esforçasse, os picaretas, os embromadores, os sem-paciência, desses eu não lembrei. Ela mesma concluiu atravessado: talvez porque mesmo esses tenham te ensinado algo – só professor que ama o que faz permanece na memória dos seus alunos eternos.
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