Esparta era a principal cidade-estado da Lacedemônia, também conhecida como Lacônia.
O objetivo principal do legislador Licurgo era estabelecer na Lacedemônia um governo popular, onde o pequeno tivesse tanta autoriadade quanto o grande. Uma das formas de obter a igualdade era acabar com a cobiça, a acumulação de riquezas e as consequentes diferenças sociais - substituindo as moedas de ouro por moedas de ferro, estas de grande peso e grosseira massa, e valor quase nenhum.
No entanto, com as palavras e a fala, Licurgo impôs o contrário. Ensinava-se aos meninos espartanos a falar de sorte que sua linguagem tivesse malícia misturada de graça e prazer, e que em poucas palavras compreendesse muita substância.
Aprendia-se a utilizar poucas palavras, nem pesadas nem afetadas, para construir muito graves e boas sentenças. Submetidas a longos silêncios, as crianças aprendiam a serem breves e agudas nas respostas.
Para os espartanos (isso é maravilhoso!), a intemperança de falar demais torna a palavra vã, tola e vazia de sentido.
Nas palavras de Plutarco: os Lacônios, em sua maneira de falar, não usam de muita linguagem, mas tocam muito bem no ponto e se fazem entender muito bem pelos ouvintes.
Só me resta então implorar aos deuses: afastai a prolixidade e fazei de mim pelo menos um pouquinho lacônico.
(de: Plutarco, As vidas dos homens ilustres. A vida de Licurgo. Os trechos em itálico são transcrições literais da tradução do francês).
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