sábado, 14 de janeiro de 2012

os mortos-vivos (parte 11)

Ocorreu no intervalo de tempo entre o apagar das luzes, no instante em que a aba do chapéu de nosso pai tocou a palma da mão erguida de nossa mãe, e o em que as luzes reacenderam, imprevistas, ofuscando as nossas pupilas acostumadas ao escuro. Não durara mais que hora ou duas, no máximo, e nesse intervalo, fosse possível, provável ou exequível, teria passado, já, a noite de natal, teria decorrido a eternidade, quando nossa mãe abriu a boca para falar.

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