abrindo as portas da percepção & fechando as janelas dos impulsos indesejáveis. espanando teias de aranha & asas de insetos dos pensamentos recorrentes. cavalgando jabotas no pântano dos condicionamentos & dromedários na cordilheira das dissensões. ouvindo pios de corujas e o apito do guarda noturno.
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ressuscitando paixão de verão de antanho & enterrando amores outonais. dedilhando um choro & uma sonata em mi menor no bandolim de vovó. catalogando adjetivos, advérbios & palavras exóticas para uma futura noveleta. lendo nada & rascunhando a próxima história desagradável. ouvindo a brasília super rádio fm.
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retirando os vermes da ferida. riscando os pulsos à lâmina. escanhoando as barbas com uma navalha cega. escovando os pêlos pubianos. controlando o cio das cadelas vadias. tomando banho de sal grosso & asseptizando o ambiente carregado. observando a aranha vermelha tecer entre a luminária e a ponta do meu nariz. ouvindo música ligeira.
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descolando as retinas cansadas. estendendo roupa no varal. fumando cigarrilhas francesas & charutos cubanos. tomando um cálice de vinho antes do almoço & o resto da garrafa depois do jantar. desfibrilando os restos do peito-de-peru do natal. esperando a próxima visita do príncipe desencantado. ouvindo vozes.
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