sexta-feira, 25 de outubro de 2013

lionel shriver

A moça sempre se considerou correta com seus próprios sentimentos e com os sentimentos do marido. Porém está mentindo para ele. Pior, traindo. Ainda naquela primeira fase, em que o fascínio da paixão anula quaisquer decisões que não conduzam ao objeto e à realização da traição. A moça está em plena crise ao ver o relacionamento sólido (e os seus valores corretos) desmoronarem-se. No início ela acreditava que a traição seria um comportamento atípico. Agora (na página 115) a ficha dela caiu: está se achando uma reles "vadia fingida e traiçoeira". Só. No meio da turbulência emocional da moça, a frase totalmente anti-autoajuda, que fiquei tentado em colar no espelho do banheiro, para eu ler todos os dias ao acordar:

Quando o que você faz não se coaduna com quem você pensa que é, com certeza deve haver algo errado (e provavelmente otimista) a respeito de quem você pensa ser.

(Trata-se do romance O mundo pós-aniversário, da escritora americana  Lionel Shriver).

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