Corte em fatias finas 6 tomates secos desidratados mais parecidos com solas de sapato (que você colocou em azeite sem hidratá-los antes). Pique em pedaços pequenos a metade da cebola que resiste firme e forte na geladeira desde o último domingo. Esquarteje em cubos o bacon e em rodelas também finas a pimenta-de-cheiro - surpresa! - que você encontrou no fundo do congelador.
Refogue tudo no azeite da frustrada conserva de tomate-seco desidratado, com uma pitada generosa de orégano e daquela erva em pó mumificada, sem rótulo, que você imagina ser manjericão, sálvia, hortelã, salsa ou, quem sabe, um banho de ervas. Quando o bacon estiver derretido e a cebola bem dourada, capriche no sal, quebre um ovo e mexa sempre. Para não grudar no fundo da panela (e amolecer as tiras de tomate-seco), despeje uma ou duas colheres de sopa de leite.
Enquanto a coisa frita (em fogo baixo), ligue o rádio, de preferência em um programa de blues e jazz. Abra aquele vinho com nome da santa melhor amiga, que você comprou na promoção do supermercado sem saber se era bom, só por causa do preço. (Admita, o vinho é mesmo bom). Volte ao fogão depressa, senão queima.
Quando a gororoba estiver consistente, despeje o arroz que sobrou da última galinhada. Se tiver sorte, pode vir junto um pedaço de frango, porém fique atento aos prováveis ossinhos misturados. Despeje mais leite, mexendo sempre. Torça para não virar sopa.
Retire da panela o mais fumegante possível. Despeje no prato chique, previamente enfeitado com a folha de alface que sobrou do almoço. Polvilhe muito queijo parmesão. Deguste cada garfada. Se for daqueles que posta fotos de comida nas redes sociais, aproveite para tirar uma.
Se sobrar na panela coma até acabar, pois provavelmente estará intragável na próxima refeição e desperdiçar comida é pecado.
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