Hoje dei falta do Machado, que levei para ler enquanto esperava atendimento na Receita Federal. É muito louco: a gente espera horas para ser atendido. Quando chamam, tem-se que ser rápido, senão perde-se a vez. Devo ter esquecido a Helena ou no banco de espera ou no guichê da funcionária que me atendeu apressadíssima, me pressionando para ser também rápido, pois senão ela perderia o horário de almoço. Tomara que a sessão de achados e perdidos não demore tanto a atender. Afinal, Helena é o terceiro volume de trinta e tantos, da coleção de capa dura que ganhei outro dia do professor.
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Zoada infernal no parque contíguo ao meu quintal. Parece ser uma gincana ou alguma competição esportiva. Um incansável animador se esgoela ao microfone desde o meio dia até agora, quase 8 horas. Pensei que acabaria ao anoitecer. Que nada, o doido prossegue, incansável, sabe-se lá até quando. Inevitável: que os deuses tenham clemência dos meus ouvidos fatigados e fulminem o rapaz nem que seja com uma faringite instantânea.
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Resultado da overdose de Netflix da TV nova, durante o feriado:
Três comédias românticas bobinhas sobre homens maduros (na minha faixa etária, seriam espelhos?) que se apaixonam por garotos muito mais novos - só um sem final feliz. Toda forma de amor (Beginners, 2010), lindo drama sobre a relação entre pai e filho depois que o pai saiu do armário, aos 75 anos, com o gato Ewan McGregor no papel do filho.
Sinais de fumaça (Smoke signals, 1998), um filme feito por índios americanos, não sei de qual tribo. Ninguém é perfeito (Flawless, 1999), com Philip Seymour Hoffman de drag queen contracenando com o machão De Niro. Sean Penn interpretando um roqueiro andrógino de 50 anos em Este é o meu lugar (This must be the place, 2011). Um documentário da BBC sobre a erupção do vulcão Vesúvio, que destruiu Pompeia e Herculano (Pompeii: the last day, 2003). Interior. Leather Bar, (2013), documentário chato sobre o que poderia ter sido filmado nos 40 minutos cortados pela censura do filme Cruising (os subterrâneos do mundo gay). Outros documentários chatos interrompidos.
Mas o melhor de tudo foi rever o clássico e sublime Planeta dos Macacos (Planet of apes, 1969). Nem a cenografia sublime, a interpretação canastrã de Charlton Heston, os absurdos de roteiro, a cenografia mambembe conseguiram diminuir a emoção e o medo sentido quando o vi pela primeira vez, ainda criança, lá pelos anos 70.
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Passagem maravilhosa do Grande Sertão: quando Riobaldo, mais o Garanço e outro que não me lembro agora o nome, chefiados pelo Hermógenes, rastejam pelo mato, durante toda a noite, para tocaiar de surpresa o bando de Zé Bebelo.
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