terça-feira, 13 de julho de 2010

Sobre o título Histórias Desagradáveis

O título surgiu não me lembro mais como. É sonoro, irônico, direto, atrai e repele ao mesmo tempo. Da família das Histórias Hediondas, das Histórias Extraordinárias, de Glauco Mattoso e Poe. Combinou com o clima dos contos, com a imagem da capa, até com a fonte escolhida por G.

Mas...

Foi a amiga C que descobriu: “você já leu Leon Bloy?” Não, eu nunca tinha ouvido falar. Pois é. Escritor e (mau) pintor francês da segunda metade do século XIX (Wikipedia, Infopedia). Filho de fervorosa mãe católica. Funcionário público medíocre (!), iconoclasta, socialista. Em algum momento da vida converteu-se ao catolicismo: a) por influência do escritor d'Aurevilly (também nunca tinha ouvido falar); b) por casar-se com uma prostituta ensandecida que previa o apocalipse; ou c) por amor a sua segunda esposa paupérima dinamarquesa). Entre 1893 e 1894 escreveu uma série de contos cruéis: Sueur de Sang (Suor de Sangue?) e Histoires désobligeantes (Histórias Desagradáveis). Morreu em Paris, em 1917, “delirando num fervor religioso exagerado e o seu imaginário invadido por imagens pavorosas do Apocalipse”, nas palavras da Infopedia.

Além dessa história trágica, achei também outro título igual: A Face Cruel e outras Histórias Desagradáveis, de David Nasser, jornalista da revista O Cruzeiro, publicado em 1961.

De Bloy há uma edição esgotada em português (Estampa Editorial). Opções: 1. tentar ler no meu francês neandertal, e vai durar séculos; 2. tentar encomendar no site da Estampa, em Portugal, que também pode durar uma eternidade; ou 3. Garimpar nos sebos virtuais do planeta (já encomendei o David Nasser na Estante Virtual)...

Um comentário:

Marcelo Holecram disse...

Este cidadão francês de quem você fala aí deve ter encarnado em BSB, não ?! Taí, ótimo enredo pra longa nacional: Encarnações de um Funcionário Público - o filme !! Lilith – a primeira mulher de Adão, Cleopatra, Napoleão, concursado do TCU, do TRE, do Banco Central! Medo !!