Virou o tempo, vento frio no Arpoador. Penso na boca banguela de Lévi-Strauss cantada pelo Caetano antes dele ficar chato. É exagerado, o Rio é lindo. Só a neblina cinzenta nas pedras quase pretas. As mulheres pretas, os homens pretos, talvez de tanto ler sobre candomblé eu ainda enxergo aqui com os olhos do antropólogo, os carregadores nas esquinas, os quitutes, as mucamas, as ruas de Machado.
Daqui a pouco no ônibus pra Paraty. Mais para ver o movimento que assistir as palestras. Não rolou a visita à cobertura de Rubem Braga nem o chope no turístico Garota de Ipanema. Vi de longe o Drummond de bronze, melancólico, um Pixinguinha caricatural no Centro. Passeios de turista, doce sem-graça na Colombo, lindos surfistas de neoprene e silicone no Posto 9. Meus livros do segundo grau, mis recuerdos, ressuscitam a cada esquina.
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