sexta-feira, 6 de junho de 2014

diário obtuso

Saldo da tarde na TV da sala-de-espera do oftalmologista: reportagem sobre cultura no Maranhão; diz-que-diz-que da vida privada das divindades do candomblé; voz de veludo da diva cantando seus maiores sucessos; notícias apocalípticas das greves espalhadas pelo país. No mundo real todos os pacientes mesmo aqueles com pupilas dilatadas debruçados em seus aparelhos celulares. Ah, tinha também as coxas grossas sob o jeans justíssimo do rapaz feioso.

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Expectativas (frustradas).

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Baratas sobrevoam o céu da minha boca. Morcegos pendem da abóboda da caverna-catedral do meu peito. Roedores solapam a base das estruturas conceituais do meu mundinho contemporâneo.

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Tento concentrar ideias em orações com 2 ou 3 palavras. Pensamentos-acrobacias sobre a motocicleta no globo da morte.

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Divagando rememorando recapitulando reorganizando pensamentos e imagens.

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hoje eu não vi o novo amor

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Ando obtuso além do normal.

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