segunda-feira, 9 de junho de 2014

diário sintético

Cada vez mais atento aos sinais.

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Invento motivos e enredos e argumentos e acontecimentos enquanto o texto não vem.

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Restam fragmentos de memória talvez ainda viva & pulsante. Soterrada por escombros compostos de invólucros mortos da própria memória.

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A geometria obtusa da cidade. Edifícios sobrepostos enquadrados por uma lente objetiva que aproxima tudo. Que tira a profundidade de tudo. Que me achata o olhar ao bidimensional.

Quase como uma pintura construtivista.

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Enxergo como os peixes cegos das águas profundas e das cavernas. Como o sonar dos morcegos. Te vejo com olhos de raio-X.

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Aguardo do lado de fora do mundo. Da existência. Da realidade palpável.

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Não, eu não quero me comprometer com esse agora turvo e tardio e moroso que se me apresenta.

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A minha essência evita aglomerações.

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Preciso urinar. Preciso de um café bem forte. Preciso de um sinal impreciso.

Preciso morrer por enquanto.

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