Cada vez mais atento aos sinais.
...
Invento motivos e enredos e argumentos e acontecimentos
enquanto o texto não vem.
...
Restam fragmentos de memória talvez ainda viva &
pulsante. Soterrada por escombros compostos de invólucros mortos da própria memória.
...
A geometria obtusa da cidade. Edifícios sobrepostos
enquadrados por uma lente objetiva que aproxima tudo. Que tira a profundidade
de tudo. Que me achata o olhar ao bidimensional.
Quase como uma pintura construtivista.
...
Enxergo como os peixes cegos das águas profundas e das
cavernas. Como o sonar dos morcegos. Te vejo com olhos de raio-X.
...
Aguardo do lado de fora do mundo. Da existência. Da
realidade palpável.
...
Não, eu não quero me comprometer com esse agora turvo e
tardio e moroso que se me apresenta.
...
A minha essência evita aglomerações.
...
Preciso urinar. Preciso de um café bem forte. Preciso de um sinal impreciso.
Preciso morrer por enquanto.
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