quinta-feira, 15 de março de 2012

diário de férias do velho sátiro

Vasculho a areia. À procura de pedaços de pentes de ouro das sereias. Seixos. Conchas de formato excêntrico. Garrafas com mensagens de náufragos ou bilhetes apaixonados. Encontro recipientes pet & sacolas de supermercado & canudos coloridos & preservativos no lixo não-reciclado.

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Garotos para todos os gostos & orçamentos disputam o lugar ao sol. Ou uma espreguiçadeira desocupada. Disfarço o olhar súplice nas franjas do chapéu & nos adereços do anonimato. Mastigo amendoins torrados como se fosse ambrosia. Entre goles de néctar diet.

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Flecho o ar. Em todas as direções. Atinjo o inesperado. O barulho fofo da presa se esborrachando. Tateio. Encontro. Sujo as pontas dos dedos no sangue da expectativa. 

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Espio pela fenda do sono & do torpor. A quem se destinam as tantas mensagens que o fauninho escreve?

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Ah, se ele imaginasse o frio que faz de madrugada nesse lado da cama...

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