Depois que você saiu eu perdi o sono. Quando dormi, lá pelas 3 da madrugada, vieram os pesadelos: de perseguição, de objetivos inalcançáveis, de flutuação, de personagens mutantes. Daqueles sonhos que a gente acorda exausto.
O dia se resumiu aos milhares de minutos mal digeridos grudando no céu-da-boca. Na espera do melhor momento para te telefonar.
No fim da tarde, calhou de Aretha Franklin cantar no rádio algo como: "nenhuma dor, nenhuma lágrima depois que você me deixou". Aumentei o volume ao máximo e me derreti de chorar.
As entranhas reviraram quando te vi na praça de alimentação. O coração pulsava como se um alien fosse romper da caixa torácica. A pele era toda florezinhas arrepiadas brotadas dos poros.
Por falar em flores, esqueci os copos-de-leite, idênticos aos de Frida Kahlo, no banco traseiro do carro.
Amanhã sem falta eu recolherei os farrapos de discernimento e te olharei nos olhos e te perguntarei, na bucha, o quanto ainda você quer ver sangrar em mim.
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