18h. Diante da janela.
Chove lá fora. Dentro, escorro suor. Mariposas de formas tronchas & hediondas & desprovidas de qualquer aerodinâmica & da cor de madeira podre vêm morrer no portal.
12:00. No carro.
Martinho da Vila no rádio me resgata a infância: na minha casa todo mundo é bamba todo mundo bebe todo mundo samba.
13h30. Na cozinha.
Almoço morno com Piazzolla. Denso demais. Desligo o rádio e requento o prato 1 minuto no micro-ondas.
16h. Na varanda.
Tentando hablar con él. O celular não atende. Remédio? Deixar estertorar.
06h30. Na cama.
Acordo com o barulho dos bem-te-vis. Olho o quintal. A goiabeira. O tapete de jambos vermelhos apodrecendo. A cerca de telhas galvanizadas. E um morto-vivo caminhando reto e direto para a janela do meu quarto.
10h. No escritório.
Eu e minha capacidade inata de criar incidentes políticos e diplomáticos de proporções internacionais. Só porque reclamei que as imagens estavam de ponta-cabeça.
10h15. Ao telefone.
Llorando las pitangas com la geisha.
18h30. Diante da janela.
Continua chovendo. Olho para as goiabas e os jambos vermelhos apodrecendo no chão. Respiro o cheiro de fermentação trazido às vezes pela brisa.
19h. Diante da janela.
Desconectado do mundo. A voz gravada ao telefone: Sua área está com problemas de intermitência. A previsão para a regularização é para as 21 horas. Aproveito para tonificar a musculatura e trocar a água do peixe.
19h30. Diante da janela.
Malhando e ouvindo João Brasil na Rádio Criolina: pra me conquistar você tem que rebolar.
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