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A história parou quando Rômulo fundou Roma após a morte do irmão Remo.
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O grosso da população da nova cidade era composta de todo tipo de undergrounds da sociedade. Maioria esmagadora de homens. A escassez de mulheres era o abacaxi maior para o novo administrador Rômulo descascar. A velha questão da família célula da sociedade. Como vingaria a cidade sem o fenômeno da procriação?
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Os sabinos eram vizinhos dos romanos. Povo pacífico. Corria a boca larga a fama da beleza das mulheres sabinas. Junto com os estereótipos machistas de todas as épocas: boas mães, boas tecelãs, boas donas-de-casa, boas parideiras, boas de cama - umas Amélias.
Rômulo teve uma ideia. Tosca. Raptar as filhas, esposas e mães dos vizinhos do-bem. Inventou uma balela que só mesmo os crédulos sabinos caíram: que foi descoberto um novo deus nos subterrâneos de Roma; que haveria sacrifícios a esse deus; que depois dos sacrifícios, dar-se-ia uma festança, open-bar, três dias seguidos. Foi distribuída grande quantidade de ingressos grátis para todos os sabinos. Mulheres tinham direito a brinde-surpresa.
Compareceram em massa. Enquanto os sabinos enchiam a cara, Rômulo fez um sinal para que os romanos iniciassem uma balbúrdia. Corriam para todos os lados, aos gritos, lanças e espadas empunhadas. Puseram os sabinos pra correr e raptaram as sabinas.
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Plutarco era romanófilo. Justifica a gafe (eufemismo!) dos romanos com desculpas esfarrapadas:
Começa afirmando que foram raptadas apenas 30 sabinas, cujos nomes foram dados às 30 linhagens do povo Romano. Diz que Rômulo pegou apenas uma para si. Casou-se com ela para demonstrar que não teve intenção de injuriar os vizinhos. Que o rapto não era para satisfazer nenhum desordenado apetite, mas para conjugar os dois povos entre si com os mais estreitos laços existentes entre os homens. Por fim menciona, en passant, estatísticas comprometedoras: foram raptadas entre 527 e 783 mulheres.
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O rapto gerou o costume ocidental (que a gente só vê em filme) de o noivo atravessar pela primeira vez a porta da casa carregando a noiva no colo. O gesto seria um simulacro do rapto ancestral.
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