quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

diário do recife - noite 1

Fomos de ônibus, porque o hotel é longe pra caramba e o táxi fica uma fortuna. Como nos trens de Portugal (e talvez no resto do mundo), as pessoas falam ao celular o tempo todo. Um cara no banco de trás contava piada, cantava trechos de música, imitava animais. Descemos no Cais de Santa Rita e fomos à pé até o encontro, em uma temakeria na Rua da Moeda. Lugares esquisitos, o sinal de alerta ligado. Turista, sim, mas sem dar bobeira.

Ruínas e ratazanas à beira do rio Capiberibe.

Recife antiga à noite refletida no rio é ainda mais linda.

Elogiei (pasmem, eu que detesto natal!) até a sofisticada decoração natalina da ponte Maurício de Nassau.

Os bares do centro são animadíssimos. Do lado de fora de um deles havia um Dj tocando vinis das antigas. Duas portas além, uma banda cantando sucessos dos anos 80. Uma guerra de potências sonoras. Por sorte, próximo à nossa temakeria só havia, próximo, um grupo de adolescentes incansáveis ensaiando (dançando e percutindo) ritmos folclóricos pernambucanos. Necessário conversar mais alto, porém desonerando o cérebro de filtrar as informações sonoras conflitantes entre o Dj e a banda cover.

Hoje é terça-feira, amanhã é quarta, os turistas somos nós e as amigas trabalharão cedo amanhã. Assim, o encontro só durou até às 22 horas. Lucinha ainda tentou nos levar para o bar mais cult, mas o companheiro de viagem estava chumbado. R$ 50 de táxi até o hotel, mais uma cerveja choca e caldo de peixe no bar em frente.

O amigo está simplesmente torrado. Tomou mormaço demais, logo ele, pele branca e pouco acostumada aos raios ultravioletas. E nem passou filtro solar! Não foi por falta de aviso.

E eu sem sono, tentando estabelecer contatos quase imediatos com seres dos mundos paralelos ao som do mar e do vento cheiro da maresia vindo da janela.

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