quarta-feira, 19 de março de 2014

diário da mentira

História ouvida em um jantar: o cara era tão solitário que uma vez por semana enviava flores para si próprio. Com cartão e tudo. Fiz parecido recentemente Presenteei a mim mesmo a edição comemorativa do Grande Sertão.


O que terá maior poder de destruir a confiança: uma única grande terrível avassaladora mentira ou uma série de mentirinhas banais, cotidianas, inconsequentes e risíveis que vão se acumulando e quando se percebe se está irremediavelmente soterrado?


Elaborando listas intermináveis de afazeres. Priorizando bobagens em detrimento aos compromissos importantes. Sensação ruim & genérica indefinida. Como se fizesse muita coisa sem no entanto constatar resultados. Estado eufórico negativo apesar da serenidade (ou passividade?) de espírito. Ai, meu deus, queria tanto que passasse logo...


Tratei hoje o canal do dente infeccionado. As gérberas cada vez mais lindas. A invasão das lagartas & um ou outro casulo se formando pelos cantos. Chuva delicada & dourada ao amanhecer. Tesão incontrolado como se fosse adolescente. Sentindo na pele a pele & na boca o gosto & no travesseiro o cheiro do novo amor.


História absurda & assustadora a da moça sendo arrastada no porta-malas aberto da viatura da PM.




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