terça-feira, 16 de novembro de 2010

Painho

Não perdoava. Ai da mãe se desse um pio. Fazer o quê?
Eu me escondia no quarto. Em mulher não se bate nem com flor.
Aos 7, me deu cigarro e sermão. Mil vezes morrer que ver filho ladrão, pederasta ou gigolô.
Levou a gente na zona. Puta boazinha. Feliz dele. Morreu sem saber que o filho brochou.
Velório sem choro e sem vela.
Sobrou dinheiro. Ela suspirou aliviada da mão pesada dele. Mãe a gente perdoa.
Primo não. Aos 12. Filho-da-puta. Me obrigou. Meia garrafa de vodca. Fez gato e sapato. Nem aí. Se eu contasse quem se ferrava era eu.
Pelo menos nunca roubei.

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