No meio do cerrado. Água turva, cinzenta, profunda. Artificial. Aliás, como todo o resto. Engolindo as margens. Cobrindo as árvores. Alargando as distâncias. Alastrando-se. Clepsidra marcando o subir lento do tempo.
Ele se deitou. Exausto. E ergueu, no sonho, paralelepípedos absurdos de granito, vidro e nuvens. Que flutuavam quase sem tocar o chão.
Então veio. Qualquer rumo que ele apontasse era a possibilidade. Qualquer gesto, a hipótese. Ele se apoderou dos vértices da rosa. Dois, quatro, mil braços e olhares traçando os quadrantes. Esquadrias de aço surgidas do respirar. Estirões de asfalto projetados das pontas dos dedos. Colares de lâmpadas brancas brilhantes estendidas do chão preto contra o ouro, o vermelho, o roxo, os verdes, os azuis do entardecer.
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