terça-feira, 19 de abril de 2011

Brasília 4


Luar sobre o branco dos mármores. Refletido nos espelhos de água. Nos vidros dos edifícios. Nas pupilas dilatadas dela. No ar. Que envolvia as coisas. As construções. Que transformava o próprio escuro da noite em escuro brilhante de sonho. E ela no meio do nada.

Sozinha. Punhal. Tirso. Taça. Salto. Sexo. Branco sobre os tecidos. Sobre a pele brilhante dela. Que estanca antes de desembestar. Graça. Ninfa. Parca. Pombagira.

Ela rodopia. Gargalha. Grita. Na calçada. No encontro de todas as direções. Dos pontos cardeais. De onde, de dia, os rumos saem. Para onde, de dia, tudo retorna. Não à noite. A madrugada era dela. A madrugada era ela.

Nenhum comentário: