terça-feira, 28 de janeiro de 2014
curiosidades do mundo antigo - homens ilustres - sólon
Sólon, o biografado de hoje, é considerado um dos sete sábios da Grécia, junto com Tales de Mileto, Periandro de Corinto, Pítaco de Mililene, Bias de Priene, Cleóbulo de Lindos e Quílon de Esparta.
Pertencia à aristocracia, das mais nobres e mais antigas casas da cidade de Atenas. Como sempre, os aristocratas nada faziam. Porém Sólon dedicou-se ao comércio, no intuito de aprender coisas novas, principalmente com negociantes estrangeiros. Tornou-se depois um grande legislador.
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Mesmo com toda a sabedoria, Sólon tinha uma quedinha por rapazes bonitos. Plutarco o censura veladamente (e o expõe ao ridículo?):
Talvez o maior defeito de Sólon era não ser firme para resistir à beleza nem bastante valente campeão para combater o amor.
Por muito tempo Sólon foi caso de Pisístrato, um primo gentil e belo. Porém, ambos seguiram carreiras políticas divergentes. Assim, a certa altura do governo da coisa publica, houve controvérsia e eles se separaram, sem perderem a memória daquele amor, nem mais nem menos que de um fogo muito grande a chama ainda ardente.
Até Pisístrato aprontar.
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Tem uma passagem interessante, que vale a pena contar:
Quando os pescadores da ilha de Co recolheram a rede, encontrou-se nela enganchado um tripé de ouro maciço, que diziam ter sido jogado ao mar por Helena de Troia. Houve contenda: se o tripé pertenceria ao patrão (dono das redes) ou aos pescadores que os recolheram. A disputa ampliou-se entre as cidades - Mileto, onde o tripé fora encontrado ou Troia, da antiga Helena - e quase virou guerra se Pítia, a profetisa do templo de Apolo, não interviesse com o oráculo: o tripé deveria ser entregue ao mais sábio dentre os 7 acima mencionados. Tales (de Mileto) foi o escolhido. Porém Tales declinou o presente em favor de Bias, por considerá-lo o mais sábio de todos. Bias também não aceitou, enviando o tripé a Periandro. Assim por diante, o tripé de Helena de Troia passou de mão em mão até chegar de novo às mãos de Tales que, para não se comprometer, doou o tripé-batata-quente para o templo de Apolo em Delfos.
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São capítulos e mais capítulos sobre as leis promulgadas no governo de Sólon. Por exemplo: foram anuladas as famosas leis Draconianas, que puniam quaisquer crimes, independentemente da gravidade, com a pena de morte: os que roubavam frutas ou ervas eram tão severamente punidos como os sacrílegos ou os assassinos, diz Plutarco. Mas as mais curiosas são as relativas às mulheres, aos escravos e aos casamentos:
A mulher rica cujo marido não comparecesse carnalmente ao leito nupcial poderia habitar com quem lhe aprouver dentre os parentes próximos do marido. (Segundo Plutarco, essa lei inibiria os golpes do baú).
O marido era obrigado a visitar a esposa (leia-se: manter relações amorosas/sexuais) no mínimo 3 vezes por mês. Isso evitaria brigas e descontentamentos.
Foi regulada e limitada a diferença de idade nos casamentos: um velho rico não poderia se casar com uma mocinha nem um rapagão pobre com uma velha podre de rica.
Era proibido falar mal dos mortos, para impedir que as inimizades fossem imortais.
Pagava multa de 3 dracmas de prata aquele que xingasse o outro em público - fosse nas igrejas, nos tribunais, nos palácios governamentais e nos teatros.
As mulheres só poderiam sair da cidade levando 3 vestidos. Tinham que levar o que fossem comer e beber. Não podiam sair à noite, à não ser de carreta. Não podiam se mortificar nos enterros nem fazerem lamentações em versos nem chorar em velórios de estrangeiros que não fossem seus parentes. Assim, eliminou-se toda a desordem e toda licença desregrada.
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No final da vida Sólon sofreu o pior golpe: o amado Pisístrato da juventude o atraiçoou de tantas e tais formas que acabou por destituí-lo do governo. Pisístrato fez com que o povo se voltasse contra Sólon, tornando-se assim o novo ditador. E Sólon morreu, não se sabe, de velhice ou desilusão.
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