Clover Elphinstone é diretora e proprietária da Irmãos Elphinstone, uma empresa de importações. É viúva e virgem, pois John Elphinstone, o marido, teve um piripaco e morreu no carro que trazia o jovem casal da igreja, logo após o casamento. Linda, rica, inteligente, e jovem, Clover não suporta mais o assédio da horda de pretendentes, pois para ela os homens são apenas para os negócios.
O Major Harry Carmichael é inventor, além de oficial da Marinha Britânica, na reserva. Tem os cabelos castanhos, os olhos azuis profundos, o porte atlético - resumindo, um gato. A única preocupação de Carmichael é uma espécie de guindaste revolucionário que eu não entendi bem o funcionamento. O Major não tem dinheiro para levar adiante o projeto. Carmichael só pensa no invento.
Clover tem uma ideia mirabolante para livrar-se do problema do assédio dos playboys londrinos: casar-se com o Major Carmichael. Não por amor ou paixão: casamento de fachada, com contrato e tudo. Em troca, mexerá os pauzinhos junto ao governo britânico para apoiar e financiar o projeto do Major.
Primeira incongruência: como um homem íntegro aceitaria essa proposta infame? Inicialmente o Major rejeita e despreza Clover. Porém, em páginas e páginas de argumentação (em forma de monólogo interior), a autora faz com que o Major aceite casar-se com Clover.
Até 2/3 do livro Bertha Ruck descreve as desventuras do contrato de casamento.
A certa altura Carmichael descobre que está apaixonado pela esposa. Ele a deseja. Ela também, mas secretamente. Ambos mantêm a pose, a rigidez do objeto do contrato. Nenhum dos dois dá o braço a torcer. A situação torna-se insuportável. Acabam por separar-se. Cada um para o seu lado. Irreversivelmente.
Mas Cupido já atingira com suas flechas os coraçõezinhos dos amantes. E contra o veneno de Cupido não há antídoto.
Devido a sua impulsividade e confiança, Clover faz um péssimo negócio para a firma. Empobrece da noite para o dia. Carmichael, ao contrário, ganha muito dinheiro depois que o guindaste foi aprovado e fabricado pelo governo.
Passam-se alguns meses.
Em um momento de desespero apaixonado no escritório da firma prestes a falir, Clover escreve uma carta ao marido, declarando seu amor. A intenção de Clover ao escrever a carta era só um desabafo. Destruiria a missiva reveladora depois de escrita. Porém, em um laivo sadomasoquista (ato falho ou outra artimanha da autora para desenrolar o enredo?), ela envelopa e sobrescreve a carta. Nesse exato momento Clover recebe um telefonema do banco credor e abandona a carta sobre a escrivaninha.
A secretária eficiente posta a carta junto com outras comerciais.
Carmichael recebe a carta e fica louco para encontrar Clover. Porém é verão. Há uma animada regata no rio Tâmisa, frequentada por toda a elite londrina. São milhares de barcos apinhados. Clover é convidada a hospedar-se no barco-casa do cunhado. Clover só pensa no sumido Carmichael.
Lá pelo terceiro dia da regata, Clover cai na água. Teria sido massacrada pelos barcos, colados uns nos outros se, por uma inacreditável coincidência, o barco que vinha logo atrás não fosse o de Carmichael. E era.
Em uma manobra rápida e precisa, Carmichael (não entendi como) afunda o próprio barco para não atropelar Clover, salvando-lhe a vida.
Assim, equívocos desfeitos, Carmichael reclinou a cabeça de Clover sobre seu peito e beijou-a, primeiro suavemente e logo impetuosamente, na boca, no pescoço. E viveram felizes para sempre.
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