sexta-feira, 5 de abril de 2013

nova aventura da gata

Há uma árvore em frente à janela onde trabalho. Na árvore, um ninho. De vez em quando encontro metades de cascas de ovo ao pé da árvore. Pouco maiores que a unha do dedo mindinho.

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Gosto de trabalhar com a janela aberta. Sentir o vento, o frio, ouvir os barulhos e os silêncios, a tranquilidade da noite.

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Uma grande e antiga coruja buraqueira faz ponto no meu jardim noturno. Passa horas pousada na grade ou no pilar do portão.

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Zildinha, a gata, deu de subir na mesa. Passeia pelo teclado, desinteressa-se por um ou outro objeto, fareja o copo d'água. Quando penso que vai me dar atenção - zapt! pula a janela e desaparece no escuro.

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Eu estava entretido em uma polêmica internauta idiota quando ouvi um grito horripilante rasgando a noite do jardim. Abri a cortina. 

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O grito tinha sido da coruja. Os olhos-de-brasa-amarela eram da gata. Pelo que entendi, Zildinha e a coruja disputavam a posse do ninho. A coruja deve ter dado um rasante, quem sabe uma beliscada na orelha da gata. A gata, provavelmente, uma unhada na cara da coruja. As duas lá, no meio da grama, avolumadas de raiva, olho fuzilando olho. A gata indiferente ao meu chamado protetor. A coruja, aos meus "xôs!".

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Empate técnico. Feliz do pássaro que teve o ninho intacto e a prole protegida. Sabe-se lá até quando.

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(Minutos depois a gata roça os meus pés sob a cadeira. Ronronando como se fosse o bicho mais manso e bonzinho do mundo. Pronta para outro salto no primitivo).

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