Cheguei agora de um jantar daqueles de filme. Convidados chiquérrimos nos vários ambientes, vinho espumante e cool jazz tocado por uma banda quase invisível entre as folhagens, muitas luzes, mesas espalhadas pela varanda e jardim.
Em uma espécie de ilha, no centro da piscina iluminada de azul-escuro havia mesas. Em uma delas sentavam-se alguns amigos, animados, quebrando um pouco a formalidade da festa.
Dentre eles um francês que, segundo o dono da casa, estava solteiro e queria muito me conhecer.
Comecei uma conversa fiada, eu à margem da piscina e eles na tal ilha, separados por uns 50 cm de água. A conversa foi se animando, eu me empolgando na proporção direta dos olhares, dos sorrisos e do interesse crescente do francês.
Quando, iludido pela crença que fisgar Jean-Michel era questão de minutos, calculei errado o bote. Gesticulei mais do que devia, dei um passo em falso, perdi o equilíbrio e tchibum - engoli a frase pelo meio, mergulhei pateticamente e espirrei água em todo mundo da ilha.
Me ergui na borda da piscina, pisquei para Jean-Michel (como tivesse ensaiadao a cena), concluí a frase, pedi licença e fui atrás do dono da casa, para que me emprestasse uma toalha, bermuda, camiseta e sandália havaiana e me tirasse dali, o mais rápida e discretamente possível.
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