domingo, 20 de fevereiro de 2011

(do Livro dos Cacos)


Nossos olhos não se cruzavam apesar de estarmos sempre nos olhando.

(…)

Não sei o que será de nós. Talvez os crocodilos nos devorem. Talvez vivamos muitos anos uma alegria quase diabólica.

(…)

A aridez do deserto da tua boca. Pressentimentos. Cuidados com o improvável. A contenção dos músculos. Os mares exteriores. Equinócios. O oceano subterrâneo. Os territórios da alma. As laranjas. Os planetas vermelhos. Estilhaços do castelo de vidro e espelhos.  Tempestades.

(…)

As palavras falsificam os momentos. Os momentos são indescritíveis. Incontáveis. Incontroláveis.

Nenhum comentário: