terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O reflexo (do Livro dos Cacos)

Aos poucos eu me adentro. Quando, saturado o olho, a imagem desfoca-se, apago a luz. Por uma fração mínima de tempo permaneço no vidro, mesmo após a claridade esvanecer. Antes das pupilas se adaptarem ao escuro acendo novamente o interruptor. Meu rosto salta do vidro até quase emergir na tridimensionalidade. Impedido apenas pela película cristalina que me duplica.

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