domingo, 27 de fevereiro de 2011

(do Livro dos Cacos)

À tarde, sem saber, eu tinha me entregado. Havia vento morno e cheiro de mar. Bebíamos bebidas coloridas, vestíamos roupas leves, os tons do pôr-do-sol refletiam-se nos nossos óculos escuros, nós ríamos, falávamos, a felicidade espreitava, éramos tudo e todos parte da beleza à nossa volta.
(...)
Às 3 horas da madrugada eu acordei. Sozinho. A milhares de quilômetros de onde tinha me deitado. O resto do lado escuro do planeta dormia. Eu era a única testemunha da insônia naquele lugar desconhecido. Da janela os fios de alta tensão dividiam o céu refletindo a luz cor de cobre da iluminação da rua.

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