terça-feira, 20 de maio de 2014

diário dos dias sem nexo

Comédia dramática portenha para dormir & Cães de aluguel antes do café da manhã.

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Dias de cão hidrófobo, dias de cachorro louco, dias taquicárdicos de lobisomem.

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Julgamento. Catacumbas. Cactos & dracenas. Ciúmes & desconfiança. Inércia, vácuo, marasmo, death. Céu de apocalipse ao entardecer.

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Sonhos intensos. Mais densos e reais que a realidade.

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Dias de enterrar a cabeça na areia. De não atender o telefone. De faltar compromissos. De passar horas sentado diante do espelho ou da tela do computador. De apagar os rastros, os contornos. De pular do parapeito da varanda do primeiro andar. De desmaterializar.

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Mas o novo amor veio e ficou e acendeu as luzes e arrumou a mesa dos papéis e varreu o chão e lavou a louça acumulada e tirou as teias de aranha dos cantos e cantou até que eu dormisse e apagou os sonhos ruins.

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Monstros primordiais antecipando a catástrofe. A surpresa do fauno na manhã de ventania. As prostitutas & sexo & rock’n’roll na W3. O passado retorna e me joga de novo no mesmo ponto. A pedra de Sísifo, o fígado de Prometeu. Sabe onde fica a cidade de Zeugma?

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Preciso encetar objetivos. Finalizar projetos, iniciar novos. Terminar leituras & releituras. Me esforçar. Superar o tédio e a falta de sentido de tudo. Plantar a roseira no chão da sala. Casar de novo ou comprar uma bicicleta.

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Os vikings desembarcaram e incendiaram as paliçadas, as fortificações. A areia das minhas pálpebras ficou tingida de sangue & excrementos.





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