quinta-feira, 24 de novembro de 2011

escritos arqueológicos parte 3

Eu te forçarei a me ver. Para isto eu me faço fosforescente. Olha. Meu corpo é todo holofotes. Eu te direi em letras de gás néon que se acendem e apagam: hoje eu te direi apenas o essencial. Agora desligarei os luminosos. Você me verá pelo que sou; não pela luz irradiada.

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Sejamos simplesmente intuição na razão.

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A partir de agora o tom do das palavras será azul. Palavras-chaves. Palavras-claves.

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A mulher toca violoncelo. No deserto. O azul é o som do instrumento a se perder nas dunas. Música azul.

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Aracne: Tecerei. Uma teia de fios de cristal azulados. Para envolver o mundo. Para me envolver ao mundo. Para me humanizar. Para te aprisionar quando voares perto.

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Eu, prisioneiro de mim mesmo. Quando a gente se repete se repete se repete, resta fazer.

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Agora a precisão de instrumentos é indispensável. O mínimo desvio da lâmina pode ser irreversível. Quase. Tento abrir meu centro vital. Uma centelha elétrica descarrega-se. O centro vital origina a centelha que me faz todo sentidos. Me mantém vivo. Como corpo. Ente. Ser. Morrerei por um instante. E o som de violoncelo ocupará o espaço.

2 comentários:

Gwavira Gwayá disse...

Ser simplesmente intuição na razão... fosse simples...

Gladstone disse...

Até o improvável torna-se possível quando se tem 20 anos...