segunda-feira, 28 de novembro de 2011

escritos arqueológicos parte 5

O músculo mais delicado estensão ao máximo. Você, o arco. Meu corpo pede música. Toca!

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Escrevo curto e nervoso. Fui esticado até quase arrebentar. Padeço de reconstituição. Os gatos brincam na grama atrás do play-ground. Sou infinitamente só. Sombra solene a olhar, da janela, a tua criação.

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Escuto a tua voz e não entendo. Nem agora. Também não. Agora mais próximo. Mais. Eu quase ouço. Pronto. Agora eu escuto até teu coração pulsando. Você disse: eu nada sei. Eu ri. Eu era mais feliz com as tuas mentiras.

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Há milhões de anos-luz. Antes eu não sei. Quando a bola de energia, a bola de Nada explodiu e se dividiu e dividiu e dividiu e se transformou em neutron, próton, elétron. Por um instante estávamos só você e eu.

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Pega a estrela e vai. Cristal envolto em névoa. Amanhece na metade ocidental do planeta.

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Estou cansado. Confuso. Perdido. Falando a uma pessoa ausente. Ainda o cheiro carbônico da tua despedida nas pontas dos dedos. Você viaja, mudo, só, escuro, no silêncio do espaço exterior. Para além de Saturno e seus anéis gasosos.

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