Durante a sua vida, que tem aproximadamente a mesma duração da do homem, o elefante dispõe, para o seu serviço, de vinte e quatro desses molares admiravelmente construídos. Porém em nenhum momento pode utilizar-se deles, nem sequer possui mais de um, ou dois incompletos, de cada lado de cada um dos maxilares. Enquanto se gasta o primeiro grupo de quatro dentes, quatro novos nascem atrás. Pouco a pouco eles deslocam-se para a frente, substituindo os velhos que terminam por cair. O processo repete-se. Cada um dos dentes sucessivos é mais grosso que o anterior e tem maior número de lâminas transversais. Assim, no elefante da Índia o primeiro dente tem em média quatro lâminas, o segundo oito, o terceiro doze, o quarto doze, o quinto dezesseis e o sexto vinte e quatro. Os números correspondentes no elefante da África são 3, 6, 7, 7, 8 e 10. Quando 6 dentes se sucederam em cada metade de cada maxilar, não nasce mais nenhum e o animal fica impossibilitado de se nutrir. Isso, naturalmente, contribui para causar a morte dos elefantes selvagens, entre os quais, pela idade de sessenta anos, os derradeiros molares começam a cair. (Richard Carrington, Os elefantes, 1963)
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