domingo, 29 de setembro de 2013

o pedreiro e a chuva

A casa estava com infiltrações. Para consertar, me indicaram um pedreiro. Competente, rápido e de confiança. Com pressa por causa da temporada de chuva próxima eu aceitei o preço sem questionar.

Apesar de alguns estresses ele cumpriu o prazo estipulado. Não com tanto critério e qualidade como o propalado, mas aparentemente a contento. Arrancou o piso antigo, impermeabilizou com manta asfáltica, fez contrapiso, colocou novo piso, garantiu o serviço por 1 ano, recebeu e foi-se embora.

Na primeira chuva o problema voltou.

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O pedreiro veio na semana passada para dar garantia ao serviço malfeito. Descobriu (ou reinventou) outro problema, por suposto nada a ver com o que ele tinha entregue (e cobrado os olhos da cara). Garantiu (pela enésima vez) rapidez e eficácia. Dessa vez a infiltração estaria definitivamente debelada.

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Para orçar o novo serviço ele teria que quebrar a parede. Para quebrar a parede ele tiraria a porta-janela. E me deixar ao relento.

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Na quarta-feira ele tirou a porta-janela. Colocou no vão uma lona plástica colada com fita crepe. Afirmou com toda convicção que aguentaria até o dia seguinte, quando começaria o quebra-quebra.

Não aguentou. Na mesma tarde o vento jogou longe o plástico. Ele veio, refez a proteção improvisada. E lançou a bomba na maior cara-de-pau: somente poderia iniciar o serviço na segunda-feira (estava terminando outra obra). Mas que não choveria até lá. Se chovesse, a gambiarra aguentaria.

Eu me sentindo otário exponencial. Era mais que óbvio que estava sendo enrolado. O trabalho do pedreiro excepcional era medíocre, irresponsável e demasiado porco.

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Hoje à tarde veio a chuva. Felizmente, apesar de persistente, não muito forte. O suficiente para arrancar de novo a lona-plástica.

Evacuei o local às pressas. Tirei a aparelhagem de som, os CDs, uns livros. Ainda arranjei o plástico de forma que se a chuva não engrossar demais, não inunde o resto da casa.

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Depois, a vontade era ligar para o pedreiro, mandar recolocar a porta imediatamente, assumir o prejuízo e demiti-lo por telefone mesmo.

Mas seria um pitaco inócuo. Ele não viria mais, eu teria que arcar com os gastos da recolocação da porta-janela e do futuro conserto das calhas. Sem condições.

Dizer diplomaticamente poucas e boas ao profissional irresponsável (se ele vier mesmo amanhã) e negociar para que ele volte no próximo ano, quando a chuva acabar.

Ou começar tudo do zero. Alguém conhece um pedreiro?

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