sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

escritos arqueológicos parte 9

Aquele que não tem pele. Aquele em carne viva. Aquele das madrugadas insones. Das bolhas de sangue, das secreções que supuram o quarto. Aquele que escorre, gota a gota, pelas escadas do prédio. Até rua. Aquele que inunda de si a cidade inteira.
...
O menino nu. Espirais crescentes de trechos melódicos. Fantasmas atrás dos vidros. Atrás das lentes das máquinas fotográficas. Carros em alta velocidade riscando a escuridão de vermelho e mercúrio. Livros nas prateleiras. O menino mudo. Ossos, manuscritos e restos de comida no porão. Baratas nos cantos do quarto. O menino morto.
...
Minha vida de transeunte. Engulo o vulcão de mim. Espero.
Espero.
Espero.
Espero.
Espero.
Espero.
Espero.
Desespero.

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