Tudo está envolto em hipersensibilidade. Meus olhos cegos, meus ouvidos obstruídos. Ajoelho-me aos pés de um deus anônimo, pagão e invisível que sou eu mesmo do lado de dentro.
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A raiz brotou. A ramagem espalhou-se, viçosa, e floresceu. Os frutos de vidro vermelho trincavam nos caules antes de se espatifar no chão, espalhando centelhas de eletricidade.
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Insetos gigantes pululam. Amebas e protozoários nos pântanos. No céu o sobrevôo dos pterodáctilos. Ictiossauros e plesiosauros nas profundezas. Cordilheira de vulcões eruptos no horizonte. Sou o primeiro homem antes do amanhecer no jardim do éden.
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O que você procura está nas entrelinhas. Você me instiga a te provocar. Não te ensinarei o rumo sinuoso das palavras. Vagueia desgovernado direto para o abismo, manada, multidão, rebanho-um.
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A próxima palavra-armadilha cobre o fosso com estacas fincadas no fundo.
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Você me cria e eu te destruo. Você a luz, eu o negro. Quando eu te mato, você me renasce. Prisioneiros do ciclo perpétuo. O sol nasce.
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