sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

curiosidades do mundo antigo - teseu e o minotauro (2)

Ilustração de N. Mengden para a 1a. edição em português de As Vidas dos Homens Ilustres, de Plutarco.
Fui novamente despertado por um alerta de mensagem da Leitora Impaciente (seria a mesma dos posts sobre o Dicionário Analógico?) sobre o texto de ontem (Teseu e o Minotauro). O e-mail aponta fragilidades na argumentação e inclusive questiona minha autoridade no assunto. Resumindo (palavras de Leitora Impaciente em itálico):

a) qualquer pessoa com letramento básico estaria careca de saber a história de Teseu e do minotauro;
b) o resumo do mito é confuso, incompleto e deixa a desejar em termos estilísticos;
c) é uma forçação (sic) de barra resgatar a realidade e as necessidades literárias de Plutarco (mortas com ele há pelo menos 2.000 anos) para os tempos atuais;
d) que é básico para um autor saber contar várias versões da mesma história sem perder o senso de veracidade.
e) que Plutarco foi esperto, tirando o c* da reta ao apresentar as várias interpretações sem em nenhum momento defender a sua própria visão dos fatos;
f) o texto é extenso, prolixo ao extremo e carece de conclusão.

Leitora Impaciente conclui com conselhos, advertências e admoestações:

g) que eu redirecionasse os investimentos financeiros - das velharias corroídas de traça e cheirando a mofo dos sebos físicos ou virtuais para a nova e novíssima produção literária, nacional e estrangeira (anexou à mensagem uma lista intitulada: 100 livros contemporâneos para se ler antes de morrer);
h) que eu me abstivesse de encher as caixas postais e as redes sociais dos milhões de leitores com esse tipo de pseudo-literatura cansativa e demodê.
i) caso eu insistisse em remexer e publicar aquela velharia sem sentido, em atualizar essas histórias arcaicas que nada ou quase nada interessariam às novas e novíssimas gerações digitais, eu perderia parcela considerável dos milhões de leitores arrebanhados nessas quase 3 décadas dedicadas à literatura e às artes em geral.

Tive a impressão de não uma ponta, mas um iceberg inteiro de ironia nas metáforas e nos superlativos de Leitora Impaciente. Não fosse a dúvida eu me magoaria com a contundência dos apontamentos. Porém compreendi-lhe o intuito. Puro e desinteressado desejo de ajudar a me libertar de amarras, do lastro inútil que me prende e me arrasta, como uma corrente subaquática, às profundezas do passado.

Agradeço-vos de coração e alma abertos, Leitora Impaciente. Envidarei todos os esforços a seguir-lhe os  conselhos sábios e publicar de hoje em diante, apenas coisas novas. Permita-me no entanto um único pedido: sua condescendência em postar de vez em quando um comentário ou outro, até concluir a leitura dos 12 volumes do ensebado Plutarco. Prometo caprichar nas ilustrações...

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