2. O coiote
As costas e os flancos iluminados pelo clarão da lua. O inconfessável. Uivo.
Estalido. Corujas revoam nos galhos. Morcegos esvoaçam. Em seguida silêncio. Ele se aproxima. Pegadas sobre o chão de argila e gravetos.
Espreita a presa. Descuido contra a atenção. Contra dentes e garras e fome e sede e ódio afiados.
Vento. O bote. Preciso. O coração a galope. Pescoço estraçalhado.
O sangue na laje gelada coagulado pela noite. Lavado pelo orvalho da madrugada.
Um comentário:
Texto preciso como a lâmina de um bisturi, ou os caninos do coiote.
Ainda bem que o pescoço não foi o meu!
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