quinta-feira, 17 de março de 2011

O Dia (do Livro dos Cacos)

Manhã ensolarada de batismo. Tudo translúcido. Como um grito de alegria prolongando-se no ar. Soldados, escriturários, camelôs, crianças, transeuntes banhados de vento, calor e claridade. Envoltos pela plenitude do dia. Caminho radiante. A luz aquece o ar e abole o perigo e o medo.

(...)

Fachos de luz do dia atravessam as frestas da persiana e iluminam a poeira da noite em suspensão. Os sons vindos da rua, filtrados pelo vidro, soam como poemas despertados pelo sol. Protegido, da janela panorâmica eu assisto.

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