horas corroídas pelo vácuo. cidades soterradas.
quadrilátero estático. cadeira no deserto. cavalo cego.
pisar o próximo passo na direção do irrevogável.
recolher-se ao próprio desespero.
às 5 horas da manhã, cheirando a sono e sonhos azedos, cantarola enquanto penteia os cabelos. às 9, ainda coberta pelos resquícios da noite, mergulha inteira noa claridade das cores das coisas da segunda-feira protegida por óculos escuros. às 11, chora ao cortar cebolas, anéis de emoções súbitas misturadas aos tomates, cozinhando no molho amarelo dentro da panela preta. à tarde, cabelo molhado, diante do espelho, celebra a proximidade do escuro e pinta-se para o jantar.
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