quinta-feira, 10 de março de 2011
Releitura para purgação dos excessos carnavalescos
"Como São Marcos e Marcelino que (...) foram presos e atados a um tronco e tiveram os pés atravessados com pregos agudos; (...) os algozes lhes picaram as ilhargas com lanças; (...) Santo Etério, que foi degolado depois de aturar fogo e outros suplícios. E a paixão de São Félix, condenado à morte depois da tortura do cavalete (...) E os santos mártires Hipácio e André, que foram degolados mas antes tiveram suas barbas untadas com pez e queimadas, e seu couro cabeludo arrancado. E São Ponciano, da Sardenha, morto a cacetadas (...) E o bem-aventurado Calepódio, que foi degolado e teve seu corpo arrastado pela cidade (...) Os santos Nereu e Aquiles, que sofreram duríssimos açoites, passaram pelo suplício do cavalete e da fogueira (...) finalmente degolados. E mais Santa Corona que (...) foi dilacerada entre duas árvores (...) e por distensão dos membros. E São Simplício, traspassado por uma lança (...). E o bem-aventurado Isidoro que foi atirado dentro de um poço (...) Santa Dímpina, virgem e mártir, que foi degolada por ordem do próprio pai (...) E também Santa Restituta, colocada num barquinho cheio de pez e estopa, ao qual atearam fogo (...) São Dióscuro, a quem mandaram retirar as unhas e queimar as ilhargas com tochas acesas e que foi afinal queimado com lâminas candentes, antes de morrer. Ou o suplício de Santa Alexandra, afundada num charco, com uma pedra no pescoço. Ou Santa Ciríaca, atrozmente zurzida por açoites e lançada numa fogueira (...) E Santa Basila (...) trespassada por uma espada. E Santo Áquila, rasgado com pentes de ferro (...) São Basilisco, a quem lançaram botins de ferro cravejados de pontas candentes e por fim decapitaram e jogaram num rio. E Santa Cointa (...) arrastada com cordas pela cidade, até que seu corpo ficou todo em pedaços. (...) São Tarcísio que, ainda criança, (...) agredido com paus e pedras até morrer. (...) São Sebastião (...) amarrado e flechado por seus próprios soldados e afinal espancado até morrer. (...) E tantos Santos Mártires anônimos, como aqueles da Capadócia, que sucumbiram com as pernas quebradas (...) e outros da Mesopotâmia, suspensos com os pés para cima e a cabeça para baixo, asfixiados com fumaça e queimados em fogo lento." João Silvério Trevisan, Em Nome do Desejo.
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