sábado, 15 de janeiro de 2011

Chiquinho e Francisquinho - 13


Francisquinho já embarcava no dilema intimista de Bergman quando o telefone tocou. O coração disparou. Seria Chiquinho? Com saudades?

Correu para atender. Não podia ser Chiquinho. Na chácara do professor orientador não pegava celular.

Era Donald. Convidando Chiquinho para dançar. Festa óootima. DJ australiano. Gogo-boys de BH. Hostess divertidíssima. Convite imperdível!

Francisquinho estava com preguiça. Outro banho, arrumar-se, acordar tarde no dia seguinte? Sábado na Dreepsy é horrível. E o passeio no parque amanhã cedo? Donald riu do outro lado: a gente passeia outro dia.

Foram no carro de Donald. A festa estava mesmo boa. Dançaram a noite toda. Francisquinho divertiu-se como há muito tempo não se divertia com Chiquinho.

De manhã tomaram café na padaria. Donald convidou Francisquinho para subir.

Francisquinho aceitou.

Nessa hora desmoronaram o bom senso, os valores morais, a responsabilidade apolíneos. Balançou a estrutura o amor que Francisquinho jurava sentir por Chiquinho. O poder do semideus Dionisos veio como uma avalanche arrastando tudo. O instinto humano, animal de Francisquinho revelou-se ali mesmo, no banco de carona do carro de Donald. O super-herói, o super-homem sob a capa do pacato cidadão.

Não perderam tempo. O primeiro beijo, sôfrego, foi no elevador mesmo. No corredor, nem se importando em acordar a vizinha. Difícil abrir a porta, a mão, os braços, a boca ocupados.

Foi intenso. Depois de recolher os escombros, Francisquinho foi embora cuidar de Bob.

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