segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Chiquinho e Francisquinho - 17


Donald insistiu. Que Chiquinho se vestisse e fosse embora. Que tinha adorado o final de semana. Que queria ver Francisquinho de novo. Que combinassem a caminhada no parque para qualquer hora. Que andasse depressa.

Antes de Francisquinho esboçar qualquer gesto, o celular de Donald tocou. Era Margarida. Colega do TCC. Para dizer que o grupo estava indo para a casa do Donald. Aliás, já estavam chegando. Ou, melhor, estavam debaixo do prédio. O Peninha, o Gastão, a Minnie, a Maga e a Min. Para Donald descer, abrir a portaria, o interfone estragado.

O pior: Chiquinho estava entre eles.

A pândega de Dionsisos passava dos limites. E Apolo era mesmo cruel.

- Como assim? Francisquinho ainda perguntou. Chiquinho não estava na serra?

Donald não teve tempo de explicar.

- Junta tuas coisas e te esconde na área de serviço. Vou dispensar o pessoal.

Depois de tanto amor, sexo, surpresas e culpa Francisquinho nem discutiu. Não havia no quarto armário para entrar. Pular a janela era alto demais. Francisquinho rememorou todos os chavões de comédia conhecidos.

Juntou as roupas, a sandália havaiana, as chaves de casa e do carro, o celular. Enfiou os invólucros dos preservativos debaixo do colchão. Escondeu-se na área de serviço. Atrás das roupas estendidas no varal. Enquanto Donald descia para abrir a portaria.

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